sábado, 29 de janeiro de 2011

"eu só preciso de..."

sábado, 22 de janeiro de 2011

Cavaquismos

tenho saudades tuas todas as noites quando fecho os olhos para dormir. faço força e recalco-te no meu inconsciente mas hoje decifrei que ficas apenas na barreira do pré-consciente porque voltas sempre em sonhos umas horas mais tarde. a bolinha que tem o nosso amor está noutra dimensão que não esta mas ainda não sei encará-la como algo mágico, tenho vontade de a destruir por mil motivos. e o principal é saber que há um ano atrás estavas a mexer no meu cabelo e a confessar-me que te tinhas apaixonado pelo meu cheiro. já não aguento mais mas não digam a ninguém

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

31-01-2023

Agora aos trinta sinto-me mais eu. Seria de prever, caminhei nesse sentido… mas não acho que a idade nos traga coisas novas, traz-nos “aperfeiçoar de skill” talvez, em relação a diversos comportamentos do nosso quotidiano mental. Lembro-me principalmente dos meus dezassete anos, foi um ano inacreditável de descoberta constante. As vezes tenho ataques de saudades incuráveis durante instantes, quando releio Nietzsch ou vejo os meus sobrinhos a saírem para o café em bando. Mas não deixei ser eu, nunca e jamais em situação algum e é esse o meu argumento-chave para me justificar o relembrar tantas vezes aquele ano, dado que foi o começo de tudo, o despertar, o descobrir o mundo. Já não oiço hip hop nem conseguiria tentar infiltrar isso no meu iphone50 porque ia repugnar aquela sensação de que já não concordo com algumas profecias do Sam the Man mas ao mesmo tempo ia culpar-me por me tornar num ser tão intelecto, mas que afinal já nem consegue ter o distanciamento necessário para observar a questão mesmo sem concordar com ela. Isso é desviar-me de tudo o que suscitou o desenvolver dos meus projectos a longo prazo, é negar o princípio óbvio de que seja qual for o nosso contexto, a nossa perspectiva tem de ter desde logo um espaço para saber compreender a perspectiva que nos está a ser apresentada. Porque é só outra, não é nem melhor nem pior, nem mais nem menos, nem anjo nem diabo. É outra, diferente da minha. Se agora sou uma mulher sucedida em 70% dos objectivos a que me propus, devo-o em parte a essa pequena explicação: todos os pormenores de um quadro são fulcrais na obra final, mas o público só vê o quadro todo, tal como eu devo fazer sempre e em qualquer ocasião: ver o quadro todo. Equacionar todas as possibilidades de acontecimento face aquela dada situação. Agora sou juíza, sim porque quando sonhei sê-lo as mulheres chamavam-se igualmente juiz, sem distinção; no entanto, porque é que para realizar um dos meus tão balados objectivos, deixei para trás uma teoria que me seria tão importante? Ver o panorama todo e não nos focarmos só na nossa visão das coisas parece simples para alguém que escolhe o rumo de pessoas todos os dias. Mas não é. A filosofia aplicada na vida resulta poucas vezes, normalmente só refere conclusões de suposições e na vida as coisas não se supõem muito, acontecem só e não me parece que alguém esteja disposto a mandar parar o universo só porque uns seres imperfeitos a quem se chamou Homem, criaram teorias sobre como deviam ser as coisas. Afinal, estou nos trinta com as dúvidas dos dezassete ou é só paranóia minha por querer viver outra vez aquele ano inacreditável?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"fatal, fatalmente... o coração sente e a minha boca mente em ritmo displicente." (Da Weasel)
"Custa tanto ser sincero quando se é inteligente. É como ser honesto quando se é ambicioso."

"When I consider how real and how true the things of his madness are to the madman, I cannot but agree with the essence of Protagoras' statement that "man is the measure off all things"

Fernando Pessoa, Aforismos e Afins

domingo, 16 de janeiro de 2011

anti-coitadismo

cortei a franja, pus bâton nos lábios e decidi que finalmente vou ser do mundo como Ele tanto me pediu ao longo dos últimos tempos. é pena que tenha sido o remédio para alguma dor incurável e não apenas fruto do meu destino que eu penso controlar a toda a hora. hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. com as devidas aspas.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sinto que podia chorar para sempre. Tenho fome e sede mas não me apetece comer nada nem beber coisa nenhuma. Quero sair daqui e fugir, já não acredito que seja capaz de enfrentar tudo porque agora estou a provar a mim própria que não aguento o mundo em cima dos meus ombros como eu julgava. Ecoas por todos os meus poros, todos. Não quero escrever literatura, quero desabafar sem te me pré-explicar sobre o que seja porque eu estou cega de lágrimas e de vontade de te ter nem que por cinco minutos. Podes esquecer tudo só para me vir dar um abraço? Podes ir embora depois mas preciso de chorar no teu colo por amor de deus, não há nada nem ninguém que seja capaz de me acalmar o espírito. Vem aqui dizer que me adoras apesar e independentemente de tudo porque é só disso que eu preciso… também confesso que adorava que soubesses isto mas para quê? Não te vou ligar a gritar para que tenhas pena. Mas a força estúpida que nos uniu pode fazer isso por mim? Pode chegar à noite ao teu ouvido e dizer-te que estou desfeita, desnutrida, desvirtuada? Não sei porque é que quero tanto que entendas que bati no fundo mas aliviava-me de uma forma ridícula. Alguém, qualquer pessoa, por favor que se sentem à conversa contigo e te façam desabafar porque eu conheço-te até depois do que existe, tenho a certeza que te dói e choro por isso também, por não seres capaz de dar espaço a ti próprio para ficar triste por mim. Por nós. Eu acho que merece a pena entendes? Só para depois disso pensares de novo no meu cheiro e me ligares a dizer que entendeste tudo e que isto não faz sentido. Hoje sinto-me assim, amanhã quero acordar com a força de uma miúda independente que as vezes me atinge e me alivia o sufoco por segundos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ligo a televisão para entreter a minha cabeça com histórias que não são minhas porque assim não dói. Se fosse eu ali sentada a contar o que me atormenta talvez fizesse doer alguém como as vezes me dói a mim de ler desespero nos olhos de qualquer pessoa que se cruza comigo na rua. Hoje era eu na rua a chorar e a rezar para que ninguém visse, ou então a suplicar para que alguém percebesse e me viesse dar um abraço. Preciso de um abraço mas não encontro nenhum contacto na minha lista interminável que me possa ajudar agora, não me sinto enquadrada no espaço que me rodeia nem com as pessoas que me são queridas. Hoje não tenho ninguém no meu coração e a culpa persegue-me por saber que isso é injusto, repudiante, condenável; por ter a certeza que há muita gente a sofrer por me ver sofrer a mim e eu não sentir que um abraço dessas pessoas me possa acalmar. Não quero ter de contar a história que me fez ficar assim, não quero argumentar para me defender nem explicar que por mais teses factuais que haja e por mais fundamentos que comprovam que estou assim porque quero, eu não preciso que mo digam. Não preciso que me digam nada, preciso de calma. Preciso de entender até onde o amor me pode consumir, até que ponto posso deixar que ele me domine… eu não sabia o que era amar alguém de facto, nunca tinha estado apaixonada, tanto que nem me preocupo em esconder o real motivo que me fez sentar aqui a escrever outra vez, calar o som à televisão que liguei cinco minutos antes e pensar outra vez que nunca sei o que quero. Querer tanto respostas só me conduz a mais perguntas e isso mergulha-me num desespero total que quero parar de ser psicóloga de mim própria e já não consigo. Quem me dera parar só de pensar e correr para ao pé de ti que és o centro de tudo e por isso, a única pessoa que me faria sentir melhor comigo. Não é ridículo? Saber que é ainda me destrói mais, pensar que sou mais uma mal-amada consome-me até às entranhas porque eu amo com tudo de bom que consigo, entendes-me? E já estou a falar para ti outra vez, porque adorava que me ouvisses e percebesses a minha dor, sem que eu tivesse de escolher as palavras certas para tal. Num segundo tenho a certeza que não posso fazer nada para que me voltes a amar como amaste tanto e tão bem, no outro sei que as pessoas são aquilo que nós fazemos delas e por isso eu hei-de conseguir extrair-te aquilo que quero. Mas eu não sou dona do mundo e adorava sê-lo, é mais uma das frustrações que me persegue para sempre e se reflecte agora quando grito contigo a implorar-te que me entendas e que me guardes debaixo do teu queixo. Tenho tantas saudades que fico cega, não me controlar irrita-me e tira-me de mim, reporta-me para aqueles momentos deploráveis em que choro à tua frente e deixo de ser quem sou na ânsia que me entendas e que me abraces para apaziguar o vazio enorme que tenho aqui. Não suporto ter de pensar em ir-me embora porque eu não sou isso, não sou uma desistente face às adversidades. As complicações trazem-me à flor da pele o amor inacreditável que te tenho e a fraca que sou por não saber ser inteligente contigo como julgo ser sempre em todas as situações.

Tenho vontade de me repetir como faço em cada conversa que temos porque nunca nenhuma palavra há-de saber encaixar tudo o que eu sinto agora aqui, sentada a chorar outra vez e a escrever-te; relembro o primeiro post deste poço de lamúrias que é o meu blog e parece que sinto o cheiro daquele segundo em que me apaixonei assim. Acho que queria ser fria contigo como sou com tudo mas não consigo de maneira nenhuma e por isso não sei ir-me só embora deste lugar e de ti, porque não suporto a ideia de não aproveitar o amor que me apareceu no caminho há exactamente um ano e que parece ser irrepetível de todo. Essa ideia assusta-me, atormenta-me, dá cabo de mim até ao mais ínfimo que tenho. Saber que não estás disposto a ouvir nada disto faz-me duvidar de tudo mas eu sei, eu tenho a certeza (e isso não se explica de facto) que me amaste tal e qual como eu. Por todos os motivos e mais alguns. Nunca ninguém há-de saber o que nós somos quando nos unimos metafórica e fisicamente porque parece um segredo dos deuses que ninguém pode revelar e por isso não há palavras para tal. Mas sinto-me exausta, neurótica, fraca e vencida. A rotina ganhou meu amor, já me sabes de cor e agora estou de facto a surpreender-te porque imagino que nunca tenhas sonhado que eu conseguiria ser assim… nem eu, nem eu meu amor. Já não tenho vontade de nada, tudo me é indiferente. Menos tu, inacreditavelmente, porque foste a merda da razão que me pôs neste estado deplorável e me fez desistir da correcção linguística que me é habitual para dar lugar a qualquer coisa sem nexo e com medo de sair à rua porque está desfeita. Como é que algo que nem tem forma definida está desfeita e pior, tem medo de dizer ao mundo que está arruínada?

O nosso amor não morreu mas a nossa relação talvez tenha ido embora para sempre. Quero sair daqui e comportar-me como todas as neuróticas mal amadas: escrever sobre o que lhe dói e chorar porque não deu certo. Choro ainda por não ter coragem de te dizer que já não há nada que apague isto e nunca mais vou voltar a sentir o amor genuíno e supostamente invencível que nós éramos de mão dada porque, confesso aqui, já me venci a mim própria. Salva-me por favor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

mr.nobody diz

depois depende do que queres que a pessoa te revele, se quiseres que ela te fale com orgulho, fala-lhe dessa maneira, fria e dura; se quiseres que ela mostre arrependimento, só tens de colocar a pessoa num ambiente propício a isso... bruninha, as pessoas são básicas e fáceis.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu já não papo grupos

Este é o primeiro dia do resto da minha vida, a ver
cash,
numa fatia, de empréstimo, que só devia ser
do honesto e modesto e essa é garantia
pa quem investe no sequestro da minha quantia;
Okay, protesto essa via, mexe-te alma fria,
sente, nunca se confia em ninguém em demasia
-mente, detesto quem agencia por isso eu não tenho
a gente
testam a minha inteligência e eu já não sou lento
Mais, editoras e jornais, e esses tais intelectuais,
não percebem rimas, só instrumentais/
Eles pisam no rap d'ouvidos tapados,
mas eu volto com mais força tipo pelos rapados/
Eu sinto angústia na indústria porque pa ter sucesso,
não o que se faz ou o que se sabe, é quem se conhece/
Por isso eu peço às editoras, apontem o que eu disse,
não se esqueçam que eu sou real no meu press release/
Porque hoje em dia é minoria, alguém ser puro num
sorriso,
e não me escondam nada, façam já strip tease/
e eu não quero o braw, só quero despir-te o uniforme,
como faz um brainwash quando eu só quero um
brainstorm/
não há limite, rádio é dito, eu sinto fome,
porque esses cantores de merda pra mim são sit com/
e eu exito logo quando decifram o cifrão,
e decido ser decente, assim não, m'assinam, ouviram?/

[Refrão x2]
Eu já não papo grupos - a partir de agora!
já não me preocupo - a partir de agora!
Estranhos preparam banhos pa pintar o meu bolo,
mas o meu controlo, vou pô-lo, no meu people/

[Verse 2]
São, pa fazer à pressão, ou não consignação,
Hip Hop sem consignação/
Sem consideração, topa a situação,
roubam quem recita, são a prova de exitação/
na roda da exploração, nova escravatura ou cor,
feito com coração sem amor dura-douro/
Vocês não representam, são representação,
eu quero um penso ou deslocação e alimentação/
Façam apresentação, de valores secretos, completos,
de tentação, que não pedes, não podes, não deves/
E se queres fazer algo construtivo,
paga que eu demonstro ao vivo/
Não inventes grandes eventos sem grandes e bons
investimentos,
não sou carocho, não quero orse nos meus orçamentos/
Só apostam na moda, cambada de oportunos,
eles não amam Hip Hop, ouvem Hip Hop por turnos/
E eu não pulo pa ter vários convites de quem
trabalha,
pa ter fire demites, boy é melhor que me evites/
Como putos que pedem beats, eu nem sequer os conheço,
por isso não me peças nada, boy pergunta-me o preço/
E eu não quero ouvir birrinhas tipo: "Quem é esse?",
"Quem é esse armado em teso?" ou tipo qu'eu não
mereço/
Já vi que a gentileza é fraqueza e eu já não sou
fraco,
a mim já não me comem porque eu fico o homem do
fraque/
E eu suspeito dum sujeito que não respeita o meu
sustento,
a partir de agora sou pimba, só pré-pagamento/
Brincamos o movimentos, o que é que têm também?
mas só confio na minha mãe, e ("mais ninguém!")/

[Refrão x2]

[Interlúdio]
Yeah, vocês obrigaram-me a ficar assim, man
No outro album ainda tava humilde,
agora por causa duns, outro vão levar tabela
é memo assim man, tipo piscina dos Olivais...
A piscina dos Olivais também tava tranquila,
o pessoal entrava normal,
andaram lá bacanos com piolhos, apegaram toda a gente
e agora é assim boy, se não vieres com ??? pra pé de
mim,
não vale a pena man, nem vale a pena.
Pergunta a ti próprio man, quem precisa mais de quem?
Quem precisa mais de quem boy? é essa a pergunta
E agora podia tar aqui a queimar vocês todos boy
mas não, eu vim dar props a quem me põe a viver.

[Bridge]
Keidje Lima, boy, põe-me a viver,
???????, boy, põe-me a viver,
Lilttle John, boy, põe-me a viver,
Nuno Tempero, põe-me a viver,
enquanto o resto eu só oiço é dizer:
vem, vem!

[Outro (Sample)]
Vem por aqui!
Vem por aqui!!
Não, não vou por aí.
Só vou por onde me levam meus próprios passos
e nunca vou por aí.
A minha glória é essa, criar,
eu tenho a minha loucura...
Não sei por onde vou,
Não sei pra onde vou,
Sei... que não vou por aí!
(**aplausos**).

Mimos*