segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"Don’t make me sad, don’t make me cry
Sometimes love is not enough
And the road gets tough, I don’t know why
Keep making me laugh
Let’s go get high
The road is long, we carry on
Try to have fun in the meantime."

Lana Del Rey, "Born to Die"

domingo, 15 de junho de 2014

Não devia pedir coisas ao destino. Tenho-lhe cortado as intenções ao sabor do meu ego. Tenho sucumbido ao prazer fútil, superficial, desnecessário. Aliás tenho cedido a actos que em boa verdade, nem me trazem assim tanto prazer. Procuro-o incessantemente porque tem sido difícil viver na minha cabeça e porque não tenho boas drogas ao dispor.

Mas peço alguma justiça. Eu de facto esforcei-me para fazer isto e por favor, não me façam desapontar o meu pai outra vez porque no fim de contas, é só sobre isso que tudo isto se trata.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Quando o meu primeiro namorado disse que já não gostava de mim senti-me sozinha. Quando a minha amiga de infância foi para ala psiquiátrica também. Hoje para além de não me sentir sozinha, senti-me querida. Respeitada, íntima de. Quero preservar isto, ajudai-me.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Tenho alguma fome. Não sei bem de quê mas sei que isto me dá prazer. A fome, sim.

O vento corre descoordenado e eu identifico-me exatamente com isso. Mas o vento não domina, não prevalece. Existe, é, apenas. Não será afinal e mais precisamente com isso que me identifico?


Vou tentar com força escrever com menos subjectividade. Se gosto de criar personagens e vivê-las, tenho de aprender a sair de mim também à secretaria. Mas este blog não é sobre isso da bruna sem emoção, e eu respeito conceitos.

sexta-feira, 21 de março de 2014

"(Baby, we both know)
That the nights were mainly made for saying things that you can't say tomorrow day."

segunda-feira, 10 de março de 2014


Thought you'd be looking for the next in line to love
Then ignore, put out, and put away
And so you'd soon be leaving me alone like I'm supposed to be
Tonight, tomorrow, and every day
There's nothing here that you'll miss
I can guarantee you this is a cloud of smoke
Trying to occupy space
What a fucking joke
What a fucking joke

I waited for a bus to separate the both of us
And take me off, far away from you
'Cos my feelings never change a bit
I always feel like shit
I don't know why, I guess that I just do
You once talked to me about love
And you painted pictures of a never never land
And I could have gone to that place
But I didn't understand
I didn't understand
I didn't understand






Elliot Smith, "I didn't understand"

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Você está triste?
Não sei. Talvez.
Tristeza dá câncer, sabia?
Pensei que dava verruga no nariz.
Estou falando sério.
Ultimamente você vive falando sério.
Quando eu brincava você reclamava.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Você colocou vírgula depois de mar.
Estou falando, não estou escrevendo.
Mas na sua fala tinha uma vírgula depois de mar?
Não. Você está fazendo uma análise sintática e morfológica da frase?
Na frase há o uso da figura de sintaxe chamada elipse.
Chega. É por coisas assim que eu não quero mais viver com você.
Porque eu sei gramática e você não?
Entre outras coisas.
Não gosta mais de foder comigo?
Usarei uma elipse aqui. Ou melhor, uma zeugma.
Zeugma é um substantivo masculino.
Um zeugma, então.
Significando?
Que é fácil subentender.
Subentender por que você não gosta mais de foder comigo?
Precisamente. Pensa.
Estou pensando e não consigo.
Pensa em nós dois na cama.
Você sempre se manifesta pomposamente na hora do orgasmo.
Pomposamente? Explica.

Exibição de magnificência sensual. Mímica.
Mímica
Mímica. Muito bem-feita.
Vou fazer as malas. Diga: já vai tarde.
Já vai tarde.
E esses olhos úmidos de lágrimas?
Mímica.
Acho que vou ficar mais um pouco.
Um pouco?
Uns dias.
Dias?
Pensando bem, uns meses. Mas você me ensina gramática durante esse tempo.
Então deixa de ficar triste.
Tenho uma razão. Já estou com câncer.
Jura?
Juro. Pulmão. O cigarro.
Meu amor, vou cuidar de você.
Mas antes me ensina gramática."

Texto extraído de "Axilas e outras histórias indecorosas", de Rubem Fonseca, Editora Nova Fronteira - 2011




já não me revia tanto e tão espontaneamente em qualquer coisa escrita num livro há algum tempo.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Estou viciada em estar acordada. Estou viciada em travar o meu raciocínio, para não me doer a falta de uma conclusão ou pior, para não concluir na pressa de clareza mental. Quero pensar outra vez.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

mas qual destas é a tua cintura?

"encontro o teu rasto e há alguem que está a mais...
há sempre uma forma de encontrar um lugar privado, no meio da multidão.
quem vem para olhar-te, vê-nos a dançar e aguarda por levar consigo algo para lembrar;
mas sem contar que há sempre uma forma de encontrar um lugar privado no meio da multidão."

Jorge Cruz, "Lugar Privado" em Barra 90

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Estou em fase de pazes comigo própria; (...)

Já não escrevia porque andava dividida, com dúvidas na vida, ávida de um dia novo.
Eu não sabia qual a causa da fobia e quase não podia quebrar a casca do ovo! Não me reconheço nisso, sempre fui uma optimista, não gosto do sinistro, evito o derrotista... mas vida é imprevista e a ferida estava à vista. Era vasta a lista de ideias negativas, imagens masoquistas, fobias esquisitas, hipocondríaca, incapaz de estar sozinha; eu sentia o desamparo e é raro o tempo em que me lembro de não estar ou sentir carente. Estava sempre demasiado consciente desse peso de não ser como toda a gente, de estar ausente, distante do presente e de não me esquecer disso nem um instante permanentemente… eu não me esqueço disso nem um instante permanentemente… eu não me esqueço disso nem um instante permanentemente…

Se toda a gente passa alguma vez na vida, nem toda a gente passa com taça garantida. Isso é um alerta para quem não desperta para a janela aberta que é a transformação.

Se distrai, fica só como um bonsai, até que o pano cai e não houve evolução... é um sinal que tu tens de olhar para dentro e ver afinal o que é que queres para ti mesmo, no centro! Ser fiel ao sentimento e não temer a mudança que te exige esse momento.


Era urgente recuperar a independência que me define, voltar a reconhecer-me e a pisar terreno firme, a olhar para mim em vez de ter de olhar por mim, a confiar na vida e que a morte não é um fim. Eu nem que tente consigo controlar tudo. Estando consciente desisto disso e não me iludo, relaxo e estou num mundo vivaço ou moribundo, sem medo do futuro porque eu sou um ser fecundo e o meu sonho pode tudo e vale tudo, o impossível sobretudo! Eu vou saltar o muro, sismas eu derrubo, minhas cinzas são adubo, já sei qual é o fruto… 
vai crescer amor profundo!
(...)"

Capicua, "A Volta" em Capicua 320 ou (nunca vou descobrir tralvez), Capicua Goes West vol.I

domingo, 26 de janeiro de 2014

te garanto

ouve, és um otário. se o que leste em mim foi meia dádiva, és um otário. não havia como não compreender que sempre estive de alma e coração. também estavas lá, era fácil captar. enquanto não olhares na minha cara e disseres, do fundo, do mais fundo que exista em ti, que me deves desculpas, um cento delas e um abraço no fim, não me hás-de ter em ti. garanto. nem por outra via há-de estar esgotado esse assunto; tu mentiste. eu não te minto. se tu me mentes por desporto, havemos de estar cá para receber o título.

Mimos*