sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Demasiado cedo para daqui a pouco"

Estou por aqui sentada, na varanda. É um sítio aprazível, de facto. Pena (pena…?) é ter vista privilegiada sobre a prisão, lembra-me o Rúben.
Sinto como que uma certa apatia; aquela de quem sente o tempo a passar depressa demais. Ando a ler uns textos, “Eça Agora”; José Luis Peixoto integra o elenco e atribuiu a Ega um parágrafo interessante neste sentido. Algo como, “se pudéssemos pagar o pão com tempo, oh! Não havia míngua nesta terra”. Achei curioso, pensei que quebrasse o facto provado de que Eça de Queirós conseguiu eternizar uma obra, criticando a sociedade portuguesa, apontando vícios e podridões que se agarraram à força das nossas gentes para, aparentemente, todo o sempre. Afinal hoje o tempo corre.
Mas não. O tempo passa tão depressa como em 1887: não passa. As cidades não dormem, a bolsa é regida por nanosegundos, no ar e em terra movimentam-se permanentemente pessoas, bens e capitais. Mas a Natureza demora-se; demorar-se-á sempre e mais que isso, surpreenderá até ao fim dos dias. “Nesta cidade esbanja-se tempo por aqui”. Na pressa de que ele não passe, passamos nós por ele, como que distante ou intangível.

Não é apatia. É o processo de aceitar que o tempo pode passar devagar, se assim o entendermos. 

domingo, 1 de setembro de 2013

[As trevas antecedem a alvorada da alma, quando tiveres na merda por favor tem calma]

"E no final de contas o que conta é como lidas com aquilo que te afronta 
e se estás pronta para a faca e ter de ouvir que és uma farsa, feia e fraca 
e conseguir sobreviver a tudo aquilo que te mata, 
e como a nata conseguir vir à tona enquanto os outros nem se notam, 
porque és mais forte do que aqueles que te atacam e tens a sorte de ter o Hip Hop como um totem."

("Totem", Capicua Goes West Vol.II)

Mimos*