quarta-feira, 29 de junho de 2011
por amor de deus, é verão...
no meu telefone em escrita inteligente aparece a palavra FRANJA primeiro do que a palavra ESCOLA (???)
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando, esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor, tão chão de Amor, que sensível és...
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e enfurece e
logo recai na branda impotência.
Canseira eterna! Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes,
tanto grito e pena perdida...
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe, mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor, que faremos nós de ti e tu de nós?
Irene Lisboa
Valdemar Santos, Encenador
Quando vier a primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
1889-1915
sábado, 25 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
quinta-feira, 23 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
"De olhos fechados, pego nuns lápis de cera gastos, pinto um arco-irís, deito-me à sombra desta árvore com uma espiga nos lábios, chapéu tombado para a frente...
Não sei o que seria de mim sem breves momentos como este."
Não sei o que seria de mim sem breves momentos como este."
Nerve, Lápis de Cera
domingo, 5 de junho de 2011
Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
Eugénio de Andrade
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