terça-feira, 14 de agosto de 2012


Era isto que me fazia falta. Fazer coisas. Ser útil. Estar de acordo comigo. Ir. Realizar. Ver o resultado do trabalho ou do esforço. Descansar meritoriamente. Deitar a cabeça na almofada e sentir-me cansada e a precisar de 8h de sono. Não mais. Sono a mais interfere, carne vermelha ainda mais interfere e a combinação de ambos destrói o meu espírito. Voltei a encontrar-me e até acho que nunca tinha estado tanto em mim. Sinto-me a crescer, com tudo pela frente mas com alguma maturidade; a suficiente para me fazer pensar que cada momento é decisivo. Cada instante não é mais nem menos que ele próprio, desfrutá-lo é o suposto. Se o sentirmos e fizermos de acordo com aquilo que ele nos pede, vamos ter uma vida feliz e calma; o “agora” determina todo instante seguinte e quando esse instante seguinte se fizer sentir como “agora”, vamos sentir paz por termos dado o nosso melhor no anterior.
Disciplinarmo-nos é a única forma de nos tornarmos melhores, e portanto, de nos conduzirmos aquilo que projectamos sobre o que queremos ser. Pessoas melhores, mais felizes, mais satisfeitas. Mesmo que isso implique um certo desconforto, que provo agora com sabor e cheiro, que é só um desconforto inicial. A vida ensina-nos e quando abandonamos o nosso método habitual para lidar com as situações, se soubermos que essa alteração foi para chegar a um fim de facto gratificante, isso não nos dói tanto. Ou nada. E mudanças doem sempre, seja de que forma for.
Ando cansada demais para parar a pensar. Mas nunca deixo de pensar muito e bem, em todas as situações de actividade. Essa diferença mostra-se-me como a barreira entre questionar as coisas mas não morrer por dentro com isso. Porque quando pomos em causa, deixamos de conseguir encontrar a plenitude ou a perfeição… os argumentos, os prós e os contras se forem demasiado estudados e avaliados, em 70% das situações com que nos confrontamos revelam-se inúteis, vazios de sentido. Precisamente por os termos explorado demais. Nos restantes 30% do que nos acontece no dia a dia, é importante questionar profundamente prós e contras se formos juízes. Eu vou sentir-me realizada quando tiver todos os dias da minha vida, um bom período de horas em que tenha de questionar coisas quase até ao fim. Para o juiz esse exercício de questão acontece dentro de parâmetros rígidos é certo, mas não deixa de ser eminentemente interessante.
Descobri-me outra vez mas não tive grandes surpresas. Se calhar por isso, por me estar a descobrir “outra vez” apenas… o pano de fundo sempre esteve lá. Ele só precisava de calma. Tenho tido demasiada agitação mas nenhuma frutífera e agora… agora é o momento. Este instante irá condicionar o próximo enquanto eu o sentir como “este mesmo instante”, vou fazer de tudo para o desfrutar, para aprender com ele e com isso, rever a minha tese sobre as Coisas, sobre o mundo, sobre mim até.
Sou feliz. E livre! 

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Mimos*