terça-feira, 29 de setembro de 2015

"Parabéns, apanharam-me. 

Ok, eu juro que não estava à espera que fosse tudo smog, fumo, stress, fast food.
Pressa é costume. Prédios, semáforos, passadeiras. “Boa viagem. O título é válido”. Olhar metálico. 
De volta aos papéis, com algarismos, apelidos, cálculos, endereços, tabelas, preços, scripts e gráficos. Configurar parâmetros. Tipificar registos. Tomar decisões, numa de: isto é ou não é procedimento.
Clientes estúpidos. “Odeias? Não és o único. Paciência. Cubo de Rubik. Tu não te esqueças: o teu cubículo não é o teu estúdio. Tu aqui és só mais um, pára de te armar em músico. Volta para CPU’s e passwords. Resultados, hoje. Sim senhores. Dá-me nomes. Refila pouco. Tu nem sais. Tu és do tipo televendas, fumo, insónias, hipertensão, falta de atenção e má memória. Queres a glória? Ela é para membros produtivos. O ponto alto do teu dia? Eu digo: estás despedido.”

Nerve, "Trabalho" in A vida não presta 

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