terça-feira, 5 de outubro de 2010

de facto

Descobri há uns tempos que não sou nada o tipo de mulher de me deitar com um homem só porque vai bem no embalo da música; também não soube durante muito tempo, sou sincera, mas acho que soube lidar bem com a inocência. Acatar regras é de facto saudável mas acho que não fui só eu a discordar disto durante umas épocas, embora tenha entendido também com esta metamorfose própria dos 17, que toda e qualquer dúvida é só o resultado de um crescimento apressado da sensibilização de neurónios também própria da adolescência. É tudo um ciclo será possível?
Na minha modesta e frágil opinião penso que me devia ser dado o previlégio de me sentar à conversa com algumas pessoas que de alguma maneira são especiais para mim; depois de explicar umas outras coisas de um outro campo semântico ao meu irmão, iria provavelmente implorar para conhecer alguns dos músicos, na literalidade máxima do termo - adoraria expor a minha ideia calma e tranquila de uma adolescente cheia de coisas na cabeça a uns tais senhores grandes, aqueles que mergulham as mãos em petróleo e fazem o mundo derramar «lágrimas de crude» [fim de citação]. Os ciclos são de facto algo importante, universal e necessário e quem tentar contornar ainda mais a questão que se sente também à conversa comigo; o mundo subsiste assente numa curva transversal que se rege pelos picos e pelas depressões geradas pela dinâmica do magma de uns vulcões. E acho que também tenho noção da inconsciência que cometo ao usar «uns» de forma tão leviana, mas tenho realmente em conta a ideia de que são qualquer coisa muito pouco definida. Todas as épocas prósperas tiveram o seu momento sequencial de crise, todas as cadeias alimentares tiveram e vão ter para sempre um início e um fim, todas as modas tiveram um retorno e todas as mulheres se deitam com um homem que já amaram muito em tempos.
Uma coisa que ainda não sei e que ninguém me está disposto a explicar, é quem é que inventa as palavras. Quem é que assina por baixo de uma proposta para uma palavra nova. Isso e onde é que está o cheque, o dito cujo, onde o Bill Gates dá metade da sua fortuna instituições de caridade. Que papel vale assim tanto dinheiro e tem tanto poder? Acho delicioso e de tal mistério que merece sem dúvida a minha curiosidade, se me conseguirem entender a ideia...
Eu já consigo entender ideias. Outras, diferentes da minha. Foi o primeiro e melhor fruto que tive da assimilação de regras e senti-o de tal forma recompensador que até já entendo o que implica desrespeitar outras (regras, pois claro).
O inevitável nesta história é o aniquilador de padrões,ciclos&rotinas que todos os miúdos de 17 anos têm a revestir-lhe a alma.

3 comentários:

João disse...

O problema de muita bela pessoa de 17 anos é não conseguir equilibrar as coisas. Ou são muito inocentes ou a inocência é de tal forma nula, que se torna exagero. Problema problema até podem tempos mais tarde revelar-se que não foram, mas sim um ensinamento para o futuro. Bem ou mal aprendida, mas já se pode dizer que a matéria foi estudada, ou pelo menos a parte experimental esteve lá.
Pergunto-me o mesmo em relação às palavras. Que entidade está acima de tudo que tem poder tal, que pode interferir com toda a humanidade. Sobretudo, quem vai atribuir as traduções para cada língua/dialecto?
Porque é que uma certa combinação de letras e sons é associado a objecto g? g...estou farto da variável x ou y, tão impessoais.


*

Leo Mandoki, Jr. disse...

estás cda vez mais inconformada com o mundo que te cerca (e o que não te cerca)...mas é uma inconformidade racional e bem fundamentada...crítica...que tal mais um café?

andrez disse...

achei a tua escrita brutal; adoro instrospectivas inconformadas; fazem o meu estilo. continua!

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Mimos*