Acordo e lembro-me de ti. Que sonhei contigo, aliás, lembro-me vagamente e durante instantes as horas de sonho contigo. Sonho de facto, de quem adormece depois de uma noite agitada e o seu inconsciente se lhe traz sonhos contigo. Contigo meu amor, tudo contigo.
Devo ser intensa demais. Ou entao tu és especial, todos os dias mais e melhor. Sempre com a posiçao adequada, sempre a postura correcta na situação; mas acima de tudo, sempre comigo, para mim, tudo para mim… lembro-me há uns meses atrás de não nos conhecermos assim, desta forma. Era só a formalidade de um café ao fim do dia, claro que com desejo como quem conversou num prisma maravilhoso na noite antes, mas nunca com este à-vontade com que me deito no teu colo agora. Não é comparável se quer. Fiquei assustada com a probabilidade de acontecer de facto algo improvável: sentares aqui ao meu lado e segredares com calma que na vida nem tudo é ao sabor do carpe diem. Às vezes as coisas, as pessoas melhor dizendo, marcam-nos de facto. Muito. “Acertam-nos na mouche e mudam a nossa maneira de ser... de sentir, de ouvir, de provar, de fazer e ver”. Mas mesmo que não mudassem coisa nenhuma, algo de transcente nos uniria em todo o caso. Considero-me uma força da natureza, encontrei outra diferente e tal qual maravilhosa, a fazer esquecer as preciosidades das coisas concretas, que me fala de elementos maravilhosos sim, mas nos quais não se pode tocar não. O amor é único, e se não fizermos dele ainda mais singular e especial, nunca saberemos amar. Eu arriscaria dizer que viver sem saber amar não é de todo, viver. É sobreviver…
3 comentários:
Podemo-nos apaixonar pelas coisas, tambem. Se as pessoas nos contam historias, as coisas falam por si, sem enredos. Excelente texto.
como é que eu devo interpretar os teus traços (----)?
eu diria só "..."
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