segunda-feira, 25 de junho de 2012



Acho graça ao carinho que pões no caminho entre o sofá (situado à frente da televisão onde jogaste FIFA09 durante hora e meia) e a secretária onde me encontro, vidrada num site de merda qualquer, provavelmente a ouvir uma banda de trip-hop que para mim é nova. Perguntas-me quem são esses que estou a ouvir, sorris com metade da boca e a meio-gás confessas “às vezes esqueço-me que tens 18 anos, mas sabe bem lembrar-me”.  O teu meio sorriso é qualquer coisa que eu penso ter até uma textura definida. Se conseguisse agarrá-lo levava-o comigo e trancava-o numa caixa colorida, como a tua alma também é. Não te conheço bem. Não te conheço, aliás. Sei como reages às minhas brincadeiras, presumo que estejas de bem com a vida porque só essa conclusão é possível nas tuas histórias, conheço o teu cheiro e sei quando pões perfume atrás das duas orelhas e não apenas na direita como fazes habitualmente. Não queres casar comigo, nem te vejo apaixonado como eu também, honestamente, não estou. Mas invejo-te, ao mesmo tempo que adorava ter muito e bom sexo contigo. Invejo a tua aura, límpida, cristalina e que contrasta com a tua pele mais morena que a minha; as tuas mãos atraem-me seriamente, e não, não se deve à minha falta de sexo - não é tesão de mijo, como lhe chamas – e por isso nos imagino várias vezes nus, ou só eu a despir-me para ti, ou tu a agarrares as minhas ancas para me virares de costas e me poderes lamber, como gostas.
Não tenho muito bem um nome para dar ao que sinto quando te vejo entrar, ou até só quando sei que vais chegar dentro de momentos. Não consegui resistir ao teu charme encantador naquela noite, de camisa, laço e bengala. E o meio sorriso, sempre. Não é que não goste quando ris com aquela alma colorida toda. Adoro. Aliás eu adoro é ver-te bem, sentir-te bem. Seguro, calmo e de bem com tudo. Quero tudo isso para ti, e sem merdas, gostava de ser eu a dar-te isso tudo de bom, estar ao teu lado e ser a tua companheira. Ensinar-te o cubo mágico e ouvir-te falar (ainda mais) de Newcastle, dos teus amigos Paquistaneses, Indianos, gays não assumidos ou viciados em má cocaína. Se viajássemos juntos gostava que fossemos dar uma volta ao mundo inteiro porque vejo em ti o melhor dos juízes. A ponderação com atitude não resignada mas também não ansiosa. E por isso me mostrarias o Mundo, como se o conhecesses mas com a humildade de quem tem noção que não sabe nada. Aprenderias culinária dos quatro cantos do planeta, e eu provava da tua mão como fazemos agora quando cozinhas aqueles pratos que eu nem sei pronunciar, quanto mais apreciar decentemente. Eu conheceria a maior variedade de Wisky’s possível, e sei que também ias gostar de estar lá a ver-me ficar quente e sorridente com o arrepio que o bom wisky me provoca no fim da espinha. Fumaríamos erva de todos os sítios só para saber onde há a mais espontânea, isto é, a menos cuidada mas mais saborosa. De erva gostamos os dois, como de Acid-Jazz e de sexo em locais públicos.
É isso que sinto. Vontade de ver, conhecer e viver ao teu lado. Muito por saber que és a personificação de tudo o que eu quis um dia ser, calma e segura, mas em 50% apenas porque sim. Porque um dia chegaste ao spot onde fumo erva e bebo wisky com o meu primo de quem nunca pensei vir a gostar, e iluminaste qualquer coisa no meu espírito. Vamos lá viver esse meio amor; o amor inteiro tem-me doído demais e eu amar amo o meu Adrien que não quero ao meu lado porque ele me ama demais também. Também aprecio o teu meio sorriso, assim como vamos gostar de comprar uma auto-caravana a meias. Até lá, e no caminho, eu esqueço o teu fetiche por mulheres mais velhas e tu ignoras os meus 18 anos do papel. Só para sermos o que defendemos ser a vida: um mergulho de cabeça num mar que nem se sabe se existe. 

1 comentários:

db disse...

muito bom!

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